As minhas mãos estão cansadas
Calos calam a mão calejada
Ontem catei papel, não trouxe nada
Os filhos com fome, tanta desgraça
Cadê a caneta, com a qual desenho o céu
No papel de pão?
Estrelas nas palavras d’um cordel
Cordel que movimenta o meu coração selvagem
Preso na imagem daquela que não pode
Cato uma caneta, cato um papel
Com as minhas palavras desenho um novo céu
As minhas mãos conhecem a dor
O amor… conhecem tudo!
O que escrevo, o que sinto
Trago guardado nas histórias
Meu inteiro mundo
Toco-me o rosto
Lágrimas a desfazer
A mulher que eu só conheço
Que só eu sei ser.